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Conversar para prevenir: saúde mental e diversidade e inclusão

  • Foto do escritor: Muda Disso
    Muda Disso
  • 26 de out. de 2022
  • 6 min de leitura

Durante o mês de Setembro de 2021 refletimos sobre a ligação da saúde mental e a diversidade e inclusão. Aqui iremos compartilhar a nossa pesquisa inicial no assunto, que de forma alguma pretende esgotar o assunto, mas sim abrir diálogo sobre as temáticas.

Iremos compartilhar com você um pouco sobre:

• Prevenção ao Suicídio

• Síndrome de Burnout

• Estresse de Minoria

• Segurança Psicológica


Prevenção ao suicídio: dicas para identificar e ajudar alguém

Alguns dados:

  • 32 pessoas por dia tiram a própria vida no Brasil.

  • O suicídio é a segunda maior causa de morte em jovens entre 15 e 29 anos.

  • Um ano após o início da pandemia, mais da metade das pessoas pesquisadas no Chile, Brasil, Peru e Canadá relataram que sua saúde mental havia piorado.

  • Em uma sala com 30 pessoas, 5 delas já pensaram em suicídio.

90% dos suicídios podem ser evitados segundo a OMS

Como identificar alguém que precisa de ajuda?


  • apresentar comportamento retraído, dificuldades para se relacionar com família e amigos;

  • ter casos de doenças psiquiátricas;

  • apresentar irritabilidade, pessimismo ou apatia;

  • sofrer mudanças nos hábitos alimentares ou de sono.

  • odiar-se, apresentar sentimento de culpa, sentir-se sem valor ou com vergonha por algo;

  • apresentar sentimentos de solidão, impotência e desesperança;

  • escrever cartas de despedida;

  • falar repentinamente sobre morte ou suicídio;

  • apresentar um convívio social conturbado;

  • ter doenças físicas crônicas, limitantes e dolorosas;

  • apresentar personalidade impulsiva, agressiva ou humor instável.


Como ajudar?

  • ouvir, demonstrar empatia e ficar calmo;

  • procurar entender os sentimentos da pessoa sem diminuir sua importância;

  • ser afetuoso e dar o apoio necessário;

  • levar a situação a sério e verificar o grau de risco;

  • perguntar sobre tentativas de suicídio ou pensamentos anteriores;

  • ajude a identificar outras formas de apoio emocional;

  • conversar com a família e amigos imediatamente;

  • remover os meios para o suicídio em casos de grande risco;

  • permanecer ao lado da pessoa;

  • procure ajuda de profissionais de saúde mental.


Evite “Não fale que a vida vale a pena, que a vida é bonita, que há sentido em tudo ou que a pessoa não tem fé. Isso não vai ajudar. Não estimule a se distrair ou ocupar a cabeça. Isso acaba inviabilizando o sofrimento.” Pois “Cada um sofre de um jeito, então é a própria pessoa que tem que reconhecer o que ela está falando e que tem que buscar suas próprias vias para resolver. Apenas escute.”

Stella Mara Suman Piasentim - Psiquiatra e Psicoterapeuta



Síndrome de Burnout: o que é, sintomas e como prevenir

Também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, a Síndrome de Burnout é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão, estresse e esgotamento resultante de situações de trabalho desgastantes, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.

Traduzindo do inglês, "burn" quer dizer queima e "out" exterior, mas a expressão significa "esgotamento", fazendo analogia com a combustão. Ela se caracteriza por três dimensões:


exaustão emocional

despersonalização e

baixo sentimento de realização

O Burnout acomete cerca de 32% dos mais de 100 milhões de trabalhadores brasileiros, segundo estimativa da International Stress Management Association. Afeta cada vez mais, principalmente, mulheres e jovens zennials.

Com 32% da população afetada, o Brasil é o 2° país com o maior número de pessoas com Burnout, perdendo apenas para o Japão, com 70%.


Os principais sinais e sintomas que podem indicar a Síndrome de Burnout são:

  • Cansaço excessivo, físico e mental;

  • Dor de cabeça frequente;

  • Alterações no apetite;

  • Fadiga, insônia e dores musculares;

  • Dificuldades de concentração;

  • Sentimentos de fracasso e insegurança;

  • Negatividade constante e isolamento;

  • Sentimentos de derrota e desesperança;

  • Sentimentos de incompetência;

  • Alterações repentinas de humor;

  • Pressão alta e alteração nos batimentos cardíacos;

  • Problemas gastrointestinais.


As principais formas de prevenir:

  • Defina pequenos objetivos na vida profissional e pessoal;

  • Participe de atividades de lazer com amigos e familiares;

  • Faça atividades que "fujam" à rotina diária, como passear, comer em restaurante ou ir ao cinema;

  • Evite o contato com pessoas "negativas", especialmente aquelas que reclamam do trabalho ou dos outros;

  • Converse com alguém de confiança sobre o que está sentindo;

  • Faça atividades físicas regulares. Pode ser academia, caminhada, corrida, bicicleta, remo, natação etc;

  • Evite consumo de bebidas alcoólicas, tabaco ou outras drogas, porque só vai piorar a confusão mental;

  • Não se automedique nem tome remédios sem prescrição médica;

  • Descansar adequadamente, com boa noite de sono (pelo menos 8h diárias);

  • É fundamental manter o equilíbrio entre o trabalho, lazer, família, vida social e atividades físicas.

Onde procurar ajuda?

A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), através do SUS, está apta a oferecer, de forma integral e gratuita, todo o tratamento, desde o diagnóstico até os medicamentos.

Os Centros de Atenção Psicossocial, um dos serviços que compõe a RAPS, são os locais mais indicados.


"Burnout é taxado como fraqueza, como coisa de quem não gosta de trabalhar. Se você for uma mulher, vão dizer que está de TPM. Só quem passa sabe. É um estado de completo esgotamento. Você não consegue mais se concentrar, focar, prestar atenção".

Júlia Souza, administradora teve uma crise aos 24 anos



Estresse de minoria: dados, história, aspectos e mudanças

Este conteúdo se baseia em diversas pesquisas feitas desde 1990, elas possuem como recorte a população LGBTQIA+ em especial homens gays. Porém, algumas pessoas profissionais entendem que elas podem se estender a outras minorias de poder.

Antes de 1990, orientações sexuais que não fossem a heterossexual, eram entendidas como patologias (doenças).


Por isso, os sofrimentos experienciados pela população LGBTQIA+, tinham como justificativa a orientação sexual ou identidade de gênero. Ou seja, não ser heterossexual ou cisgênero era o que causava depressão, estresse, ansiedade, entre outros.


A partir da despatologização da homossexualidade, através de novas pesquisas, entendeu-se que não era a orientação sexual ou identidade de gênero que gerava maiores índices de sofrimento e transtornos mentais, mas sim as diversas violências que essa população sofre ao longo da vida. Neste contexto surge o conceito de Estresse de Minoria.


O estresse de minoria opera devido:

  • a falta de direitos igualitários;

  • a violência e perseguição das diversidades;

  • a falta de acesso a estruturas básicas inclusivas como: saúde, educação.


As características do estresse de minoria são:

  • um estresse específico e adicional ao que da população em geral;

  • crônico, ou seja, que se mantém em constância;

  • um estresse vindo a partir das estruturas da sociedade.


Quais são os principais estressores?

  • a LGBTQUIA+fobia internalizada, a não-aceitação e tentativa de corrigir sua forma de ser. Devido a representação negativa da sua diversidade de gênero ou orientação sexual;

  • o estigma, que gera o constante medo de repreensão, discriminação e preconceito nos espaços sociais. Gerando a insegurança, constante vigilância;

  • as experiências de vitimização que a população LGBTQIA+ sofre todos os dias, como de violência doméstica, violências físicas e psicológicas, o bullying na escola e a restrição de direitos.

Alguns dados:

  • A depressão na população trans chega a 44%, em mulheres cis bissexuais 35% e 30% em homens cis bissexuais.

  • A fobia social em homens cis gays é 2 a 3 vezes maior em comparação a homens cis heterossexuais.

  • O transtorno de estresse pós-traumático devido às diversas violências vividas, como, por exemplo, o abandono dos familiares.

Porém precisamos ir além do tratamento individual, é necessário criarmos mecanismos coletivos que tratem os preconceitos, os estigmas e as violências que as minorias de poder sofrem diariamente.



Segurança psicológica nos ambientes de trabalho

A segurança psicológica acontece quando temos um ambiente de trabalho onde todas as pessoas, sintam-se confortáveis em expressar suas opiniões e ideias, consigam compartilhar suas experiências de vida e consigam ser quem são.


Os aspectos de um ambiente com segurança psicológica:

  • Segurança para se expressar: as pessoas devem se sentir à vontade para expor ideias, questionar, inovar e falar sobre problemas. Tudo isso sem medo.

  • Segurança para interagir: é necessário cultivar um clima em que todas as pessoas se sintam confortáveis para pedir ajuda, dar e receber feedbacks, mesmo quando forem conversas difíceis e desafiadoras.

  • Segurança para aprender: não pode existir o medo de errar, arriscar, inovar e aprender com os próprios erros. Só assim novas ideias poderão ser testadas.

  • Segurança para pertencer: todas as pessoas devem se sentir parte de um grupo, valorizadas e apoiadas, sem acharem que serão prejudicadas ou rejeitadas.


Assim como cuidamos e criamos mecanismo de controle de acidentes ou estratégias de benefícios que melhorem a qualidade vida das pessoas fora do trabalho, precisamos criar o mesmo para garantir a segurança psicológica de todas as pessoas dentro do ambiente de trabalho.

Alguns pontos de atenção para criar uma cultura que garanta a segurança psicológica:

  • Práticas que garantam a inclusão das diversidades;

  • Momentos de feedbacks;

  • Maior tolerância aos erros;

  • Incentivo a criatividade e soluções inovadoras;

  • Abrir momentos de escuta ativa;

  • Inclusão na tomada de decisões.


Principais canais de ajuda

PARA CONVERSAR LIGUE


PARA AUXÍLIO PSICOLÓGICO VÁ AO

CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) da sua cidade


PARA EMERGÊNCIAS LIGUE

SAMU - 192



Fontes: PREVENÇÃO AO SUICÍDIO Vittude | Centro de Valorização a Vida | Setembro Amarelo | Paho | Carta Capital BURNOUT Universa | Viva Bem UOL | Ministério da Saúde | Stress Management Association | Super Interessante ESTRESSE DE MINORIA Ilan Meyer | Bruno Branquinho | Dossiê: Despatologização do gênero: a politização das identidades abjetas. | Artigo: A teoria do estresse de minoria em lésbicas, gays e bissexuais. SEGURANÇA PSICOLÓGICA NAS EMPRESAS Segurança Psicológica nas empresas | The New York Times


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